segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

palavras fortes para não transparecer
a fragilidade do momento

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Mas não estou

Eu poderia estar roubando,
eu poderia estar matando,
eu poderia estar fingindo,
eu poderia estar mentindo,
eu poderia estar fumando,
eu poderia estar dançando,
eu poderia estar pescando,
eu poderia estar voando,
eu poderia estar fazendo outra coisa,
eu poderia estar podendo,
eu poderia estar fudendo,
eu poderia estar me culpando,
eu poderia estar me coçando,
eu poderia não estar escrevendo.

Atrasado

Toda raiva que eu sinto,
toda essa inconformação,
toda falta de sentido,
todas as fotos que tenho jogadas pelo chão.
Tanta pressa por ter nascido no tempo errado,
tudo o que eu não gosto,
tudo e nada no mesmo recado.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Quem conta um conto aumenta um ponto, no mínimo.

Não sei por que ela me conta essas coisas,
eu devo ter cara de quem se pode confiar,
cara de quem se pode contar as coisas.
Que coisas?
muitas delas,
arbitrárias,
as safadezas dela,
o lixo em comum,
os verbos,
fio- dental.
Um poder, uma arma, usada para o mau. Mal usada.
Uma dádiva mal compreendida, uma falsa promessa.
Não se deve confiar em quem tem cara de confiável.
Mas tem cara que é tanta,
que até quem duvida confia.
Com a cara de anta, ela senta e levanta,
assumindo não passar de uma cachorra no cio.
au au au
mau mau mau
pau pau pau
E no final
ninguém fica vivo
Juvenal.